O início da Guerra Fria no Brasil e o golpe contra Getúlio Vargas (1945 a 1954)

Autor: João Claudio Platenik Pitillo

Ano: 2020

Iniciado em 2020, o referido projeto destina-se a investigar as ações da diplomacia estadunidense no Brasil na pessoa do seu embaixador Adolf Berle. A partir da hipótese que o Brasil possa ter sido a primeira experiência do intervencionismo estadunidense no âmbito da Guerra Fria no continente.

A morte do presidente Franklin Roosevelt em abril de 1945 levou ao poder Hanry Truman, que mudou radicalmente a relação com o Brasil, o prestigiado Getúlio Vargas passou a ser visto com desconfiança, perdendo todo o apoio que tinham da Casa Branca nos tempos de Roosevelt. Mesmo com todas as reformas democráticas, Vargas foi tratado com reticências e até criticas públicas sofreu do embaixador Berle, em um ato sem precedentes de ingerência nos assuntos internos do Brasil.

Ao assumir o governo brasileiro, depois do impedimento de Vargas em disputar as eleições, Eurico Gaspar Dutra, pois em prática um governo subserviente aos ditames de Washington, elaborando uma política anticomunista e de desmonte do projeto de industrialização autônoma que Vargas iniciara.

A proximidade com a Casa Branca fez com que o governo brasileiro apoiasse a “Doutrina Truman” e abrisse mão de disputar espaços políticos e econômicos de vanguarda no continente, se contentando em ser um preposto na região das demandas de Washington. Todo esse processo foi facilitado com a presença do embaixador João Neves da Fontoura a frente do Itamaraty, que chegou a defender a presença brasileira na Guerra da Coréia.

Existem algumas lacunas que precisam ser melhores esclarecidas nesse processo, o golpe de agosto contra Vargas em 1945 teve o apoio da diplomacia estadunidense? O quanto o Itamaraty compactuou com a “Doutrina Truman’? O anticomunismo do governo Dutra, atendia somente a política interna? A interrupção do projeto industrializante de Vargas foi uma exigência da Casa Branca?

Essas questões estão sendo investigadas a partir da documentação diplomática do Itamaraty, a mesma pode revelar o papel do governo brasileiro no estabelecimento da “Guerra Fria” na América Latina.